24.10.15

«Tonho e as almas» de Jaime Rocha


«Tonho é o último dos náufragos de uma geração de pescadores» diz-se no cólofon em jeito de súmula. Pescadores, hoje, já muito poucos o podem dizer que o são. Este, Tonho de seu nome, carrega uma heróica demanda à procura de encontrar um paixão. Daquelas que perfura o promontório e encontra mesmo o dragão que há-de estar ainda escondido na pedra. Vive de rugidos e fantasmas, de alucinações e tragédias. Encontra as almas do outro mundo. Trata-se do primeiro romance de Jaime Rocha, autor nascido nestas areias onde se encontram bartidores, bicheiros, candís, enxamas, panais, recoveiras, varolas ou xalavares. Noventa e uma páginas de alucinações de Tonho. O livro tem no fim um glossário que ajuda a compreender o chamado nazaréu, língua dos pescadores da Nazaré. É um daqueles livros para levar no foquim, onde quer que se esteja, frente ao mar.


Tonho e as almas
Jaime Rocha
Relógio d'Água, Setembro 1984

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